Blog 3 min leitura
Num contexto económico marcado por desafios e incertezas crescentes, as pequenas e médias empresas precisam, mais do que nunca, de prevenir e gerir crises financeiras. No entanto, até que ponto estão as PME europeias preparadas para lidar com estas situações e utilizar os instrumentos regulamentares disponibilizados pela União Europeia?
O estudo “Awareness and Readiness of European SMEs for Financial Distress” investiga esta questão. Os investigadores realizaram-no no âmbito do projeto OITBC-MSMES (Observatório e Formação Inicial em Crise Empresarial para as PME), financiado pelo programa Erasmus+. A Casartigiani Arezzo coordenou a investigação que envolveu 174 micro e pequenas empresas de quatro países europeus: Itália, Espanha, Portugal e Bulgária.
Os resultados revelam uma lacuna de conhecimento significativa: apenas 3% das empresas inquiridas declaram ter um conhecimento profundo da Diretiva 2019/1023 da UE relativa à reestruturação preventiva, enquanto 49% nunca ouviram falar dela.
“Estas conclusões preocupam-nos profundamente”, afirma Michele Rossi, da equipa de investigação. “A diretiva introduz ferramentas essenciais para prevenir a insolvência e promover a continuidade das empresas, mas as empresas não podem tirar partido destas vantagens se não as conhecerem. Temos de colmatar esta lacuna de informação para reforçar a resiliência do nosso tecido empresarial.”
Patrice de Micco acrescenta: “Achamos interessante que 64,4% das empresas envolvidas acreditem que as regulamentações nacionais actuais não apoiam adequadamente a continuidade das atividades durante períodos de dificuldades financeiras, o que sugere a necessidade de uma intervenção com maior impacto a nível europeu.”
"A análise dos indicadores de alerta precoce revela uma conclusão particularmente significativa?," sublinha Erina Guraziu, da OpenCom, uma das autoras do estudo. ”52,9% das empresas admitem não saber quais os indicadores que podem assinalar o início de uma crise financeira na sua atividade. Isto revela uma vulnerabilidade crítica no tecido empresarial europeu”.
Um consórcio internacional completou o estudo através da colaboração entre Casartigiani Arezzo (Itália) como coordenador e OpenCom i.s.s.c. (Itália), Porto Forte (Portugal), Ce Consulting (Espanha) e Global Business Group Ltd (Bulgária).
Os resultados completos do estudo podem ser consultados no website do projeto, www.oitbc.eu e descarregá-los diretamente AQUI